sábado, 23 de outubro de 2010

Em busca do filho pródigo

Em busca do filho pródigo


Está escura a noite
Mas falam-me as estrelas
Paradoxal linguagem
Que me esforço por entender
Há arritmias no tremular
Porque há uma estrela
Que tresmalhada
A todo o transe
Me esforço por encontrar.
De tanto buscar, de tanto procurar
Subitamente
Sinto-me feita corpo estelar.
No corrupio tremulante das estrelas
Transponho a Via Láctea
E repouso em Orion
E como a buscada estrela não encontro
Triste, desolada
Regresso à terra
Minha terra,
Com ímpetos não sonhados
Mas uma voz sussurrando-me
Que há sempre um espaço para a esperança
Que mora no mais recôndito
Do coração de uma mãe.