domingo, 31 de outubro de 2010

Hino à Criação

Hino à criação



Inscrita ficou uma lei na natureza
Conferindo-lhe venturosa eternidade
Essa lei que enche de grandeza
A térrea condição da humanidade

Graças a ela algo de grande acontece
Qual rugido sonoro de um leão
É um milagre cuja feitura tece
A força indomável da criação

Três tesouros me foram assim ofertados
Nascidos de providenciais fetos
São para mim seres abençoados
Tornados razão de ser, meus netos

Bia, Chalo e Matita se chamam
Bendita dadiva do Criador
Entes que hoje de mim recebem
Justo punhado do meu amor

Olema

Saudades de Africa

Saudades de África



Hoje é noite de recuar no tempo
Imperativo que nasce de espontâneo crer
Inesperado impulso nesta hora acalento
Regressar a um remoto, distante viver.

Saudades vivas desse tempo de há muito
Dilaceram hoje a minha lembrança
Viajar ao passado é penoso, eu o sinto
Vale-me que brote sempre em mim a esperança

De África guardarei eternamente os cheiros
Os Pôr do Sol, a humana convivência
Terra de fartura, dos cafezais e coqueiros
De um povo sofrendo ancestral dolência

De Luanda guardarei eterna saudade
Onde vivi minhas horas de adolescente
Num profundo assomo de verdade
Mora em mim um sonho de África, latente

De África guardo hoje a nostalgia
Do Africano a bondade patente
Aceso o sonho de voltar lá um dia
Regressar no tempo é sonho premente

Do vasto oceano imenso e profundo
Respiro hoje ainda a suave aragem
Da baía de Luanda, extremado mundo
Ah, como guardo indelével a imagem!

Olema