quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

EU E O TEMPO

Sou um pedaço de tempo

Roubado ao próprio tempo

E pelo vento arremessado

A um estranho mundo

De que não vejo o fundo.

Não evidentes os porquês

Das forças que me criaram,

Me atiraram ao tempo

E do tempo me fizeram

Pedaço desgarrado

Olema

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ode à Criança



É urgente atentarmos na criança
Não a vermos na palavra vã
Promessa de futuro, delicada faiança
Vislumbremos nela o homem de amanhã

Os teus olhos vivos da infância
Espelham a pessoa que já és
Promessa de vida, esperança
Do abjecto homem o invés

Deixa que te celebre pequenino ser
De ti afastada anda a consciência
Urge que em ti se volte a ver
Do humano bom senso a essência

De vis processos vencendo algo
Asquerosos actos perpetrados
Há que por a tua inocência a salvo
E aqueles que te molestam condenados

O homem deste tempo perdeu o norte
Na busca de prazeres inconfessáveis
Há que impor-lhe o justo porte
Dar-lhes a condição de miseráveis



sábado, 1 de janeiro de 2011

Viver a Vida


Viver é subir a montanha
Cabeça erguida passo a passo
É estar certo de que ganha
Com a natura um forte laço

Viver é aceitar o agreste
A dureza do caminho assumir
Atentar na natureza que reveste
Sonho a que se não pode fugir

Vem de longe mui longe o despertar
Do sol que dia após dia nasce
Graças ao seu imparável caminhar
Nos oferece fiel a sua face

Fascínio incontido me assombra
Do cosmos o infalível girar
Dia não há que o sol não dê sombra
Do infinito brotando o pulsar