domingo, 24 de abril de 2011

OCEANO É A VIDA

http://youtu.be/rsvVzAn_qlI

Denso oceano é a vida

Que um mundo de coisas guarda em si

Curta que seja ou desmedida

É caminhando nela que vivi

Prosseguir nesse caminho é o que me resta

Ganhar e perder nela inscritos

Não nos iluda fazer dela mera festa

Tão pouco obra apenas de eruditos

Coisas mil lhe enchem os dias

Impulsos muitos os predilectos

Estar atenta ao risco, a novas vias

Ciente de que o importante são os afectos

terça-feira, 5 de abril de 2011

DESPERTAR



Quando jovem despertei
E os meus sentidos acordei
Pela hora do sol pôr
Senti que era chegado
Em berço de ouro bordado
O corcel do meu amor

Ao sentir-me assediada
Por falso galã amada
No despertar da aurora
Temi ser cerceada
Da vereda desviada
Do meu voo de condor

Para fugir ao enlace
De me ver face a face
Com quem cruzar-me não queria
Vesti-me de puro linho
Cobri-me de azevinho
Ninguém me reconhecia

Olema

sábado, 2 de abril de 2011

UMA AVENTURA NA MONTANHA

Quando o sol está a pousar nos montes do lado de lá do rio, já Gonçalo e Beatriz estão dentro da cabana do velhinho da montanha de que lhes falara a Ana. O caminho foi ruim porque é caminho de cabra, mas é fantástico para os miúdos este ambiente que lhes era desconhecido. O velhinho é um homem simpático que os pôs à vontade e eles reparavam com curiosidade em todas as coisas que enchiam aquela velha cabana que dizem ser dos tempos dos mouros. Beatriz perguntou curiosa o que o velhinho fazia sozinho naquela montanha que muitas vezes se cobria de neve. Ele explicou-lhes o que era a sua vida ali e que há noite se entretinha a ler, escrever e muitas vezes a tocar violão, ao mesmo tempo que apontava para a viola que estava escondida detrás da lareira. – Fantástico! Observa Beatriz, que é mais palradeira.- Como era bom ouvi-lo tocar e contar as suas histórias!

Porque a noite ia já alta, o velho começou a dar uns acordes no violão, mas a ficar preocupado com o que pensariam os pais dos catraios ao sentirem a sua ausência. Mas ele não tem resposta a dar à situação, que não seja entretê-los. Ao fim de algum tempo de lindas histórias ele verifica que os miúdos adormeceram na paz de Deus. Quando o próprio velho cerrava os olhos ensonado, ouviu o toque daquilo a que chamam um telemóvel. Aguçou o ouvido e viu que ele vinha do bolso do Gonçalo. Depois de alguma hesitação achou que o melhor era atender, o que acabou por fazer atabalhoadamente. O diálogo foi esclarecedor e tranquilizante para os pais dos miúdos.

Na manhã seguinte, quando desciam a montanha com um sentimento de aventura dentro de si, a Beatriz observa inteligentemente para o Gonçalo: - Tu reparaste nesta cabana e no que é a nossa casa? Reparaste na vida simples que é a daquele velhinho, que não tem nem electricidade, nem televisão, mas que escreve histórias e toca tão bem violão? Eu acho que tu já dormias quando ele cantou uma cantiga da sua terra. Gostei tanto! Gonçalo, calado por natureza, não faz comentários mas está atento ao que diz a irmã.

Beatriz acrescenta com lucidez aguda para os seus dez anos: sabes uma coisa? E continua, já ouvi um dia alguém dizer que o que faz as pessoas felizes não é o dinheiro, nem as grandes casas, nem o luxo. Se queres que te diga eu achei este homem feliz, apesar de viver numa cabana e no meio das coisas simples mas importantes. Sabes que acho que ao ouvi-lo tocar e cantar fiquei esta noite a gostar de música?
E é tão bom adormecer a ouvir contar histórias!

Olema

18/03/2010

domingo, 20 de março de 2011

ACRÓSTICO

À Senhora Dona Olema
(paixão dos 17 anos)



M urmúrio que ecoa nos arcanos da minha alma
A rrimo das agruras do meu caminho
R io das águas límpidas que corre para a esperança
I ris dos meus olhos que em ti me revejo
L irio dos campos verdes da minha terra
I nfinitude de morada preciosa
A dorno de uma Vida que sonha a inquietude do sonho


Acróstico, 14/04/2009

sábado, 19 de março de 2011

MARÍLIA

M arília, oh tu mulher diferente
A quela a quem o tempo
R egou com orvalho de ouro fino
I nércia não há em ti, mulher ardente
L írio do meu jardim que mais anelo
I dílio feito mulher para ser amada
A legoria no meu sonho de poeta

O amor com que te amo
L uz que orienta o meu caminho
E  fruto de divinal sementeira
M adrugada dos meus sonhos de menino
A quela em quem a beleza sobeja

C írio nos percalços do meu caminho
O sonho feito mulher
R aridade num mundo imperfeito
R éstia de sol rompendo a madrugada
E strela no céu dos meus encantos
I ntima parcela daquele que sou
A guia de asas brancas, meu deslumbre

António Bernardino


quarta-feira, 2 de março de 2011

Eu tive um sonho



Eu tive um sonho de amor feito
Ornado com pétalas de mil cores
Sonhei que esse sonho
Abarcasse o universo
Mas o sonho era tão grande
Que espaço minguava para o acolher
Reguei-o com dourada filigrana
E beijei-o com o beijar dos deuses
Esse beijo de fecundo
O universo fez sem medidas
Tornando-o pátria da beleza
Puxado pelo corcel da realeza
Infinitamente acolhedor
Regaço do mais extremado amor

http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=NCRbh7fy6LI

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dedicatória

À minha filha Cristina pelo seu aniversário


Nesses dias raiando a primavera
Ouvem-se ao longe murmúrios de cascata
Qual réstia de luz divinal quimera
Vislumbra-se humana indizível nata

Menina linda acaba de nascer
No mundo dos homens cerce se abalança
Não veio ao mundo para se deixar vencer
Que não a satisfará ser pomba mansa

Nasce com ela o sonho de ser gente
A garra de vencer lhe vem na alma
Humanos valores lhe enchem a mente
E não vai intruso vil levar-lhe a palma

Os obstáculos leva-los de vencida
Que o destino tens por bem fadado
O teu sucesso, filha, na vida
É para mim sonho realizado


Nos sussurros que chegam da montanha
Há murmúrios de água cristalina
O bom senso é sempre ele que ganha
O seu nome haverá de ser Cristina

MATILDE

(Texto de Ana Martins, querida amiga)

A estrela da festa envergava um vestidinho azul. Chamava-se Matilde e nem as hastes rosas que lhe pendiam no nariz escondiam o belo sorriso de "mundo meu", comum a todas as crianças. A todas as crianças felizes!
Às gargalhadas e aos pulos, dourou-nos o final da tarde, acariciou timidamente e baptizou garbosos cavalos. Até conheceu um gatinho que um dia, se comesse muita palha, seria também um belo cavalo - disse-lhe um senhor de certa idade. Mas Matilde, inteligente e perspicaz como só ela, logo percebeu que os gatos bebem leitinho e que o senhor, coitadinho, de já tão avançada idade não dizia coisa com coisa.
Nessa noite, quando as estrelas do céu quase outonal a vieram render, adormeceu em materno colo, enquanto as pessoas grandes se calavam a ver umas outras a fazerem umas figuras muuuito estranhas... Uns dizem que os gatos serão cavalos, outros rastejam pelo chão com a cara pintada com um ar muito sério e mau... Este mundo de adultos é mesmo estranho.
Por isso era hora de dormir, desfrutar daquele pequeno pedaço de tempo que a vida nos oferece, em que o mundo dos sonhos é igual ao mundo real: repleto de fadas, princesas, lápis de cor, plasticina, sorrisos e alegria. Uma imensa alegria! Tal como foi tê-la connosco.


Dedicado à Matilde, que tive o prazer e a alegria de conhecer em Guimarães.

 
-Ana
Este conto está uma ternura, que a nós mesmos por razões evidentes nos enternece de uma maneira especial. Só temos pena que a Matilde não tenha ainda maturidade para o agarrar. Mas tentando hoje relembrar-lhe a história do gatinho e do cavalo, ela foi pronta na sua observação:” mas era um gatinho porque comia leite!”
O que significa que neste pequeno espaço de tempo já o seu pequeno cérebro deu um saltinho de pardal.
Ficamos muito sensibilizados com o seu gesto e vamos tomar a liberdade de o colocar no nosso blog, está bem? Uma vez mais lhe queremos manifestar a nossa gratidão pelas palavras tão gentis e amigas feitas verdadeiro poema, que dedicou à Matilde (e para todos os efeitos a nós).

Beijinhos dos três
Olema, Antonius e Matilde

-Meus queridos amigos:

Quase dois meses se passaram desde que postei este textinho. De facto, a Matilde é uma menina absolutamente encantadora que nos brindou com a alegria e energia durante um jantar em Guimarães. Que me perdoem os intra-incionistas, mas ela foi a verdadeira estrela da festa! Rssss

Não é de facto meu hábito não vos responder individualmente, mas desta vez abrirei uma excepção.

Mando-vos beijos gratos pelos comentários que fizeram e para a Olema e o Sr. Bernardino, envio um grande abraço de afecto e de parabéns pois estão a fazer desabrochar uma bela menina!

Ana

 

Dedicatória

Salvé minha sandra querida
Que o meu amor acalenta
Um amor que não tem medida
E não te importe entrar nos «enta»

Prometeste-me tu um dia
E é sagrado o que dizes
Prometeste-me um relógio
Para marcar só horas felizes

Devolvo-te a promessa
A de quem sente o que diz
Tenha eu nas minhas mãos
Poder fazer-te feliz

Alegre anseio ver-te
Sorrir para todo o mundo
Ver teus olhos brilhar
Com olhar vero, profundo

Acredito que vem aí
Esse dia de encantamento
O teu anjo protector
Não te esquece um só momento

(À Sandra pelo seu quadragésimo aniversário)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

RENASCER



A vida é uma busca constante e empenhada
É cuidar que se vê não vendo, miragem
É perseguição tenaz eterna pergunta
De que resposta se não vislumbra
É demandar o impossível, sede irreverente
É subir o caminho agreste da montanha
Aceitar-lhe com denodo o percalço
E da borrasca a intempérie
É ver a luz refulgir na escuridão
É crer que se ganha porque o cume se divisa
É na flor silvestre pétalas ver brotar
É no que com força se sonha
De algum modo ávida renascer.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Amores de Outono

Não, o amor não é exclusivo da Primavera
Diamante incrustado no coração do homem
Ele é raiz que frutifica
Ganha forma e amadurece
Feito almejada quimera.

Não, o amor é também Outono
Encetando suavemente
Um tempo nobre da vida
Da nossa alma se faz dono
Saudade viva, mas mordomo
Esmeralda apetecida.

Olema

sábado, 12 de fevereiro de 2011

UM OLHAR




O olhar às vezes queima

E queima tanto que por vezes cega

Sobretudo quando ele é belo e me foca a alma

O olhar pode ser um inefável momento

De um apreço sem limites se olhamos a pessoa amada

Do feitiço que é olhar as estrelas

O esplendor da natureza

Os olhos são sempre coisa de encantamento

Não sei que força os dita, mas misteriosa força

Não concebo a sua ausência

Ditosos, dadiva que são do Criador

Sinto-o em mim, sinto-o no olhar do outro

Que só podem ser objecto de um amor sem preço


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

MÃE (Dedicatória)

 
 
 
És o meu anjo da guarda
Quem me orienta o caminho
Quem está sempre na retaguarda
Acolhendo-me no ninho

És mais do que amiga
És amor
Um que de tão grande não cabe
Num poema seja de quem for

Por isso o papel é curto
E a inspiração escassa
Para te escrever o que sinto
Quando a tua ausência por mim passa

Não deixes nunca de estar
Por muito que te desiluda
Tenta sempre perdoar
E nunca te quedes muda

Tuas sábias palavras
São sempre meu melhor alento
Evitam as minhas lágrimas
E servem-me como unguento
 
Ilia Mar
 
 
 
Como pessoa/destino deste poema sinto-me naturalmente lisonjeada e orgulhosa da sua autora.
Só desejo corresponder sempre ao amor que ele deixa transparecer.
Olema

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

ESPERANÇOSA LUZ

Pela estrada da vida persigo o meu caminho
Contornando escolhos, determinada eu vou
Pela estrada da vida

Por vereda agreste se esvai o meu caminhar
Uma que outra rosa, eventual mimosa
Tudo o que de belo se me oferece encontrar
Pela estrada da vida eu vou

Agreste bastante a exigir de mim alento
Despida de temores de amarguras despojada
Pelo meu caminho cabeça erguida eu vou

Pesado é o fardo que em mim carrego
Vai já longa a jornada do meu cansado andar
Mas alternativa não tenho e prosseguir minha rota
É tudo o que da minha sina me cabe esperar

Diviso ao longe luzente estrela
Que de esperança me fala o seu tremular
Tenho fé nesse astro, que me fala de luz
Murmurando-me serena: - sabe esperar

Adensa-se a esperança que me trás essa estrela
Mal sinto os meus passos, leve o meu caminhar
Sinto que escrito está no meu destino
Finalmente a dor de mim se arredar

Olema

27/06/2009



IMPERATIVO DO SONHO

Ah como é bom sonhar
Seja o sono desperto ou dormente
Como é bom deambular
No mundo que nos faz plena a mente.
Sonhar com o ser amado
Com aquele de quem perdi o rasto
Mas que ainda que feito ser alado
Não lhe perderei nunca a rédea
Mas quando o sonho se torna desperto
E do sonho se faz vivência
Sopra-me ser feliz mais perto
Porque mais cerca de mim a essência.
Mas perdida no mundo sem sonho
Esquecida para trás a esperança
Perdida no caminho a lança
De quem almeja o ente amado
Ah quanta sede vai em mim
Da minha perseguição tenaz
Com ânsias de reencontro
Só esse fazedor de paz
Que paz é o que eu almejo
Feita de amor e ternura
De lucidez e formosura
Tudo o que de belo cotejo

Olema
22/06/2009

QUANDO A TERNURA ACONTECE

Tenho para mim que a vida é uma alternância de horas boas e outras menos boas. A semana que acaba de decorrer foi um amontoado de boas horas, por várias razões.

Num instante, num lapso de tempo que o próprio tempo engole a voadora maquina transpõe oceanos sobrevoando ignotas paragens e num instante venceu distâncias e logrou chegar às terras de origem. No seu seio ela traz metade da pessoa que eu sou, essa metade que as circunstâncias arremessaram para longe amantíssima filha que regressa ao original colo de uma mãe saudosa de a abraçar fazendo-a sentir-se parte de si mesma. Senti-me inteira e apertamo-nos num abraço de fazer doer.

São dias de ternura, saudoso aconchego, mutua leitura nos olhares de cada uma. A riqueza de sentirem recíproca presença, de tal modo as envolve que não acreditam ainda na realidade concreta. Como que acordam e agora sim, tomam consciência plena da sua física e espiritual proximidade.

Assim uma vez mais senti na vida a riqueza da presença daqueles a quem amamos. Do significado que temos uns para com os outros, do preço sem preço que tem a família e da extraordinária consciência que temos desse valor quando aqueles a quem mais queremos estão longe.

Olema

18/06/2009




A NOITE

Sim, como é bela a noite

Como está escura mas de encantar
Com a lua discreta a espreitar
Por detrás de desfiladeiros e vales
Inspirando subtil enlevo
Quando a lua nos faz sonhar
O belo da vida perscrutar
Por detrás das estrelas entrever
Alguém a quem amar

Sim, como é bela a noite

Pelo mistério que oculta
Pelo que de humano exulta
Apesar do louco mundo
A quem serve seus encantos
Esse mundo agreste assim
Com quem esbanjas quimeras
Em tua pródiga dádiva
A luz das tuas estrelas
Ajardinando o infinito céu
Faz de ti edénica promessa.

Ah como a noite é bela!

Olema
13/06/2009

DANÇA DA VIDA

Nascida de boa gente
Criada em berço de prata
Cedo me nasceu na mente
Ser feita de boa nata

O tempo passou premente
Correndo a bom correr
Sentia vivamente
Que nasci para vencer

Escolhos topei na vida
À medida que o tempo passava
Mas sempre os levei de vencida
Nunca no perder me ficava

Julgava-me eu vencedora
Para toda a eternidade
Mas não tardei a ser credora
De bem diferente verdade

Um dia para o outro bastou
Para que tudo em mim mudasse
O castelo que fiz se afundou
Sem esperar que o tempo passasse

Perdida em mim a esperança
Rendi-me à evidência
Na derrota a minha dança
Tem sido pedir clemência

Olema

08/06/2009

PORTO DE ABRIGO

Em argêntea barca inscrevi o meu destino
Para ele assestando as velas de um rumar seguro
Arrojei borda -fora razões de desatino
Que bonançosa voz clamava o meu futuro

Serena e de bonança a voz que me chamava
Seguir-lhe a rota era crer de peregrino
Era sonho de verdade o farol que me guiava
Era luz na escuridão, da esperança o hino

Encandeada pela luz não perco o tino
Ao meu remar empresto força e alento
Tornada criança, porventura menino
Sigo a minha rota, obstinada e atenta

Abeira-se de mim o almejado cais
A ânsia de arribar sonho conseguido
Como nunca senti-me adestrado arrais
Num mar revolto mas deveras vencido

Incógnito para mim o premio que esperava
Cheia me senti de anseio desmedido
Tudo para mim menos aquilo que cuidava
Sonho tornado meu porto de abrigo

Forma humana beleza encantamento
Atributos que vejo na luz que me cegara
A ti que procurei, busquei no firmamento
Deixaste de ser da busca o meu tormento
O meu destino finalmente chegara.

Olema

04/06/2009

CONTRASTES

É de contrastes este mundo em que esbracejo
Mil cenários decorrem ante mim
Mil vezes quero não ver o que vejo
Fazendo perguntar-me de onde vim

Ah quantas vezes me interrogo
Qual é do meu bem-querer a ementa
Pergunto-me até quanto me arrogo
De quanto de amor estou sedenta

Deste mundo vomito a petulância
O querer sempre mais, o poder sem freio
Para quê tão vil arrogância
Se ao bom senso cabe sempre o meio

Do homem emproado a jactância
Atributo é bem pobre e senil
Basta da estultícia a militância
E tornar-se-á miserando e vil

Atentando no mundo que me cerca
Pergunto-me se está perdida a razão
Não a perca o homem não a perca
Não se limite à "grandeza" do vilão

Este tempo que se vive impiedoso
Impõe ao homem sendas de verdade
Daí ser urgente imperioso
Desbravar rotas de solidariedade

Olema
12/05/2009

Amores de Outono



Não, o amor não é exclusivo da Primavera
Diamante incrustado no coração do homem
Ele é raiz que frutifica
Ganha forma e amadurece
Feito almejada quimera.

Não, o amor é também Outono
Encetando suavemente
Um tempo nobre da vida
Da nossa alma se faz dono
Saudade viva, mas mordomo
Esmeralda apetecida.

Olema


05/04/2009

Salvé dia 24 de Março de 2009


Uma nova estrela refulgiu no céu
Bem mais rico ficou o firmamento
Ditosa hora que neste dia aconteceu
Dos dias que transcorrem tu foste um Momento

Bendigo o dia que te trouxe ao mundo
O saber e a vontade que gerou em ti o Criador
Prossegue o teu caminho, da Ciência vai ao fundo
Jorre para ti um manancial de Amor.

Olema

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

EU E O TEMPO

Sou um pedaço de tempo

Roubado ao próprio tempo

E pelo vento arremessado

A um estranho mundo

De que não vejo o fundo.

Não evidentes os porquês

Das forças que me criaram,

Me atiraram ao tempo

E do tempo me fizeram

Pedaço desgarrado

Olema

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ode à Criança



É urgente atentarmos na criança
Não a vermos na palavra vã
Promessa de futuro, delicada faiança
Vislumbremos nela o homem de amanhã

Os teus olhos vivos da infância
Espelham a pessoa que já és
Promessa de vida, esperança
Do abjecto homem o invés

Deixa que te celebre pequenino ser
De ti afastada anda a consciência
Urge que em ti se volte a ver
Do humano bom senso a essência

De vis processos vencendo algo
Asquerosos actos perpetrados
Há que por a tua inocência a salvo
E aqueles que te molestam condenados

O homem deste tempo perdeu o norte
Na busca de prazeres inconfessáveis
Há que impor-lhe o justo porte
Dar-lhes a condição de miseráveis



sábado, 1 de janeiro de 2011

Viver a Vida


Viver é subir a montanha
Cabeça erguida passo a passo
É estar certo de que ganha
Com a natura um forte laço

Viver é aceitar o agreste
A dureza do caminho assumir
Atentar na natureza que reveste
Sonho a que se não pode fugir

Vem de longe mui longe o despertar
Do sol que dia após dia nasce
Graças ao seu imparável caminhar
Nos oferece fiel a sua face

Fascínio incontido me assombra
Do cosmos o infalível girar
Dia não há que o sol não dê sombra
Do infinito brotando o pulsar