Cabeça erguida caminho o meu caminho Por piso incerto enxameado de percalços Exausta no meu caminhar E afundada num mundo de contradições Tenta-me o desafio da mulher de Lot. Determinada paro e olho para trás Não sinto perigo que se intrometa comigo Mas a faculdade de ver os caminhos que caminhei De discorrer das dúvidas que decifrei Tornou-me ciente da minha missão Do certo das minhas decisões Com transparente luz Fez-me ver a rota que foi a minha Algumas alegrias que conheci Mas mais, bem mais do que isso Todas as lágrimas que chorei As mil dores que senti Mas chegada que me sinto ao cume da montanha Inspiro bem fundo O sentir da prova ganha Olema |
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Terras de Vera Cruz
Amo-te terra distante
Que da minha algum dia foste o Cais
Quero-te com a força do amante
Pátria de Vinicius de Moraes
Canto-te amazónia sem par
Pulmão desse Brasil gigante
És oceano verde és mar
Berço de justo orgulho, galante
És irmã da Lusitana Terra
Do meu berço de embalar
Dos meus avós foste quimera
Foste mundo do seu sonhar
Eu te canto nesta hora
A minha saudade contida
Crê que dentro de mim mora,
Sonho que é de uma vida
Olema
Dia da Criança
Nesta manhã radiosa de belo dia promissora
Em que do cuco o canto se escuta virginal
Pressinto a aurora sonhadora
No seio trazendo delírios de Natal
O que eu canto nesta manhã de esperança
É obra mais cara que a natureza teceu
O sorriso inocente de uma criança
Envolto na beleza que o Criador lhe deu
Olema
Felicidade
Eu esfalfo-me por ser feliz
Na riqueza vislumbro essa sorte
E no receber vejo claro o norte.
Mas o equívoco me atormenta
E faz-me ver caminhos de desnorte.
Desperto de sono profundo
Com os olhos da alma passo a ver
E ao longe a verdade focar
E vejo que bem mais do que no receber
A felicidade está no dar
O Poder da Palavra
Quem me dera a mim ter
Dentro das mãos o poder
De do mundo ser senhora
Faria justiça a preceito
Ganharia sempre o pleito
Do leão a domadora
Enterrava o ódio bem fundo
Eliminava o corrupto do mundo
Que do poder não dava mão
Pugnava pela sobriedade
Fomentava a solidariedade
Para todos haveria pão
Mas dentro das mãos eu não tenho
Esse poder que detenho
No esconso da minha mente
Mas o facto de assim pensar
Essa verdade de sonhar
Faz-me caminhar em frente
A palavra é poderosa
Tem força viril e a cor da rosa
É de um mundo novo a semente.
Olema
Alvorada
O dia esvai-se no poente A solidão de mim se abeira Sede de vida em mim latente Mas outra é a vertente Que ao sol estende a esteira Mas o tempo é de bonança E da noite não tenho medo Os ventos são de mudança As constelações são faiança A alvorada bem cedo A solidão assim afronto Expurgando o meu receio Comigo feito o confronto Um dia novo apronto E nele sinto novo esteio Da noite despi os segredos Retomada a confiança O luar extinguiu meus medos E da frescura dos vinhedos Chegam até mim enredos Murmúrios de esperança Olema |
A Cabana Dourada
A CABANA DOURADA
Na senda do prestigio
Orientei meus passos
Na rota do sucesso
Depus o meu porvir.
A felicidade senti
Acercar-se de mim
Ofertar-me guarida
E proventos mil.
De uma cabana dourada
Cuidei dominar o mundo
Mas fui demasiado fundo
No meu ousado sonhar
É que nessa cabana vil
Só encontrei solidão
De vermes vi mais que mil
Morte desilusão
Arrependida me senti
De tão alto sonhar
Depressa me decidi
Àquela que sou regressar
Dentro de mim encontrei
A minha perdida alegria
E assim num repente
A noite se fez dia.
Olema
Na senda do prestigio
Orientei meus passos
Na rota do sucesso
Depus o meu porvir.
A felicidade senti
Acercar-se de mim
Ofertar-me guarida
E proventos mil.
De uma cabana dourada
Cuidei dominar o mundo
Mas fui demasiado fundo
No meu ousado sonhar
É que nessa cabana vil
Só encontrei solidão
De vermes vi mais que mil
Morte desilusão
Arrependida me senti
De tão alto sonhar
Depressa me decidi
Àquela que sou regressar
Dentro de mim encontrei
A minha perdida alegria
E assim num repente
A noite se fez dia.
Olema
Monólogo
MONÓLOGO
Eu sou um pedaço de tempo
Senhor de um espaço que é só meu
Eu sou lampejo, eu sou relâmpago
Luz que mal brilha
No portentoso escuro do céu
Eu sou a pobre que demanda
Dádiva não material
Eu sou aquela que sonha
E ansiosa busca o definitivo
A perseguida resposta
O porquê do existir
O pressentir que no fundo de si
Discretamente oculta
Mora actuante a razão.
OLEMA
Eu sou um pedaço de tempo
Senhor de um espaço que é só meu
Eu sou lampejo, eu sou relâmpago
Luz que mal brilha
No portentoso escuro do céu
Eu sou a pobre que demanda
Dádiva não material
Eu sou aquela que sonha
E ansiosa busca o definitivo
A perseguida resposta
O porquê do existir
O pressentir que no fundo de si
Discretamente oculta
Mora actuante a razão.
OLEMA
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